quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

"TÔ ME GUARDANDO PRÁ QUANDO O CARNAVAL CHEGAR"

Lobão que me desculpe, mas Chico Buarque é fundamental!

... E tem dia que dá uma vontade de ficar na cama esperando que o mundo rode até a exaustão que é prá gente poder ficar bem enjoado e ter desculpa prá não levantar.
É uma espécie de Complexo de Walt Disney, -inventei isso agora. não levem a sério. não é termo técnico- se congelando prá acordar só daqui uns 70, 100 anos.
"Quem sabe assim tudo já se resolveu e eu nem precisei fazer nada?!?"
É mais ou menos esse o pensamento corrente.
É como se quisesse pular uma parte da vida, das decisões, prá depois correr um pouquinho e alcançar. Saltar etapas.
"Vou entrar aqui na caverna, ou dormir mais, ou jogar, ou ver televisão, ou qualquer coisa pra´ matar o tempo enquanto essas coisas se resolvem por si próprias.
A religião é o ópio do povo? Então que venha o entorpecimento nesses dias entregues à mais pura das vontades divinas. Se é prá alguém por aqui ter vontade, que seja deus. Eu é que não.
Depois eu alcanço. Eu reclamo. Eu faço qualquer coisa. Mas agora não. Agora não consigo me mexer. Agora estou de pé quebrado. Paralisado. Passivão que só.
De vez em quando eu chego até a ouvir no consultório: Me diga aí que rumo tomo. Quase impondo o dever de casa prá mim.
Mas pensem comigo.Se fosse prá eu decidir o destino da vida dos outros, escreveria uma novela. Aí sim os personagens fariam tudo o que eu quisesse.

Mas o carnaval tá aí, e depois que ele passar é que começa o ano. Aí sim dá prá tomar alguma titude.
Enquanto isso você fica aí, paradão, que é prá não fazer barulho, né?!?

sábado, 5 de janeiro de 2008

PAGANDO BEM, QUE MAL TEM???


Semana passada foi publicada nos melhores jornais do ramo a "pesquisa científica" que comprova como é inerente às fêmeas a ação de se prostituir. A tal pesquisa foi realizada com macacos dessa vez, "provando" que as mulheres, muito antes de o serem, já eram putas velhas e vendiam seus corpitchos pela bagatela de 8 minutos de cafuné - se a população feminina fosse muito grande.
Minha primeira reação ao ler essa notícia "séria" foi cair no riso. Afinal, deram tanto espaço prá uma coisa dessas ser publicada. Só pode ser gozação.
Mas depois caí na real e vi a gravidade do caso.
Já nos tempos de Freud, o próprio perdia noites de sono querendo descobrir os mecanismos estranhos que regem esse ser de outro mundo que é o sexo oposto - ao dele.
Só que isso faz tanto tempo. E a gente sempre acha que coisas do passado estão láaaaa longe. E que o mundo já evoluiu bastante hoje.
Foi esse o meu choque. Não consegui identificar qual a relação da pesquisa com o resultado obtido - por isso as aspas de pesquisa científica.
Depois não consegui identificar qual seria o objeto negociado por sexo. Já que cafuné, na minha terra, é parte da preliminar. É coisa boa que relaxa, dá prazer, e faz parte da troca de carinhos que se espera de uma relação sexual dita normal - aquela regida pela atração-física-mútua-de-um-pelo-outro-e-vice-versa. Tudo bem explicadinho assim que é prá não ter dúvida da qualidade da relação.
Os pacientes do Freud conseguiam expressar prá ele a diferenciação entre dois tipos de mulher: a casada e as outras. E até hoje, meus próprios pacientes me falam dessa mesma divisão quando relatam que namoravam muito suas mulheres nos muros da escola, nas escadas, nos cinemas, e, pasmem, nos motéis. Mas que depois de casados eles não se sentem à vontade prá fazer isso. Não com elas.
Talvez seja por isso que o CASAmento seja hoje essa instiuição declaradamente falida, já que na própria palavra, o amor - encontrado no nAMORo - ceda espaço aos cuidados da casa.
Eu prefiro acreditar que tem gente por aí que ainda queira trocar cafunés, retornando às nossas origens.


Afinal, o amor sempre vende? Ou o amor sempre vence?

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

PROMESSAS


E começa o ano numa velocidade estonteante. Aliás, convenhamos, esses últimos tempos correm demais.
E é tanto ritual que uma meia-noite só não basta. Comer uva verde, saltar onda num pé só, jogar flor prá Yemanjá, comer caroço de romã, lentilha e sei lá mais o que... e nada combina. Como encher a boca com isso tudo? Isso sem falar na calcinha. Dá prá serem duas? Uma vermelha e outra amarela? E põe qual por cima.
Ai... Muita tarefa nessa gincana. Tudo prá ver se muda alguma coisa.
E depois dessa parte vêm as promessas.
E a partir do dia primeiro ninguém fuma. Sim, do dia ´primeiro, pois de noite, bebendo champanhe, impossível né?
E dia primeiro começa o regime (depois do almoço) e a promessa até de procurar uma psicoterapia e deixar de usar esse blog que vos fala como uma espécie de auto-ajuda.
Esse ano vai ser tudo diferente. Vai ser novo, de verdade.
Então vamos fazer diferente de verdade?
Que tal parar de procurar frases dos outros prá se identificar e começar a falar com sua própria boca? Te juro que tenho orelhas maiores que o Lobo Mau. E posso escutar tudinho da sua história que é só sua. Quem sabe a gente consiga fazer dessa matéria prima alguma coisa realmente nova e bem interessante?