domingo, 17 de outubro de 2010

SOBRE ELEIÇÃO

Fico aqui folheando jornais, revistas e buscando comentários dos outros no facebook e cia. pra ver o nível dos nossos concorrentes à presidência.
Além do impasse sério de faltar educação, saúde, saneamento, e o escambau de boa qualidade, fico sempre com a impressão de que não tenho alguma informação importante. Que perdi alguns capítulos, me chocando com as fotos: "Como assim esse político aí do lado desse outro?" 
Claro, se a escolha é pra presidente, faz parte do processo achar que ELES é que sabem das coisas. E que eu, mera insignificante, não sou digna de dar pitaco em coisa nenhuma. E ainda me dizem: "É. Você não entende da necessidade dos jogos. ainda é muito ingênua."
Só que cada vez que vejo os fãs dos candidatos, pois as discussões parecem escolher o ídolo mais talentoso, ou o menos perigoso, o tal do menos pior, só consigo me lembrar de uma cena do Fellini em que uma galinha hipnotiza um suposto mágico que tentava, por sua vez, hipnotizá-la.
Todo mundo falando que a escola agora é boa. E que a educação melhorou muito. Mas o voto de cabresto é que aumentou seu poder de fogo.  Agora ele lida com umas paixões absolutas. E como boa paixão, cega.
E a briga agora é do destro contra o ambidestro. Pois a esquerda, de tanto perder de vista a cadeira pra canhoto, aprendeu a usar a mão direita com muita propriedade.
Nem me venham com conversa de 'to be or not to be' comunista.
QUALQUER regime totalitário que proíba as pessoas de se expressarem é ditadura. Aí nem precisa eleição.
Os argumentos de agora são ainda muito pueris e tribais. Devotos, com medo de maldição e do canibalismo da tribo vizinha. Adoração a deuses chinfrins e medíocres demais.
Ficou a briga do Chuck contra o Nosferatu. E tudo em nome de Deus.
Nesse quesito, fico sempre com os gregos, bem mais interessantes.
Por aqui? Muito mágico pra pouca galinha.
Os ditos pensadores, formadores de opinião, já foram devorados pelas raposas velhas há muito tempo.
E nem se deram conta disso...
Uns dizem que a miséria acabou.
Acabou como? Foi exterminada? Se ainda tem mão de obra escrava, a miséria impera. Se cidades inteiras sobrevivem da prostituição infantil que faz o capital girar, a miséria manda.
Sumiu a miséria? Para debaixo do tapete? 
Se contamos ainda alguém que seja 'o dono' de um Estado inteiro, a miséria tá braba.
Ou foi a classe média que baixou o nível?
Eleição, pra mim, tinha que ser que nem concurso público da Cespe.
Com prova de redação, interpretação de texto, coerência de ideias, e até exame admissional.
Sem falar na questão errada que anula a certa.
Mais ou menos assim: a gente escolhe um prá votar, e outro prá "desvotar".
Ganha quem tiver mais votos. Mas não pode zerar.
E se ninguém passar?
Ué, faz outro concurso. Até preencher a vaga com gente competente e bons projetos.
Mas o que é que a gente faz com as torcidas da rinha né?