
Domingo frio e acabei vendo um filminho com as crianças.
Eu lá, vendo filme infantil, nem aí prá nada além da pipoca. Só que a diferença básica: era o filme do E.T: O extraterrestre. Filme vai, filme vem, caio eu no choro lá de longe, lá da infância, lá do cinema desde a primeira vez que pude ir sem adultos cuidando de mim. Só nós, os amigos, as crianças.
Me senti até intrusa daquele momento tão infantil.
É que esse fato corriqueiro, no filme do E.T., muda tudo. (Quem não viu, não merece. Corra. Ainda dá tempo).
Lembrei de como aquele filme me marcou, pois comecei a prestar atenção ao seguinte: Enquanto o mundo está povoado por crianças, cachorro e extraterrestre, tudo dá certo!
Mas chegam os homens...
Degringola tudo. É uma choradeira sem fim. É a ameaça que nunca acaba.
Senti mais ou menos a mesma coisa ao ver King Kong, quando primeiro tiram o pobre macaco da floresta. E depois, sem saber o que fazer com ele, matam o coitadão.
Impressionante né?
Acho que a sensação pós E.T./ King Kong veio à tona mesmo quando li os jornais a respeito da zona sul se mobilizando prá contratar milícias prá tomarem conta da segurança.
"Chama 'us ômi'" é a pedida. Mesmo quando a gente lê também que um menino (18 anos é menino, sim) é morto na porta de uma boate por um policial contratado prá fazer a segurança de outro menino.
Não é por nada não, mas esse negócio de chamar os "adultos" armados prá tomar conta das crianças indefesas - nós - não me desce pela goela. Nem com milícia nem com exército.
Prefiro as crianças...
Os cachorros...
Os macacos...
Os E.T.s...