quarta-feira, 20 de junho de 2012

DO PÓ AO PÓ - O RESTO É LUCRO

 "Existirmos/
A que será que se destina?"


Pergunta que não cala. Mas que nunca é falada, pois muito mais fácil é falar da morte do que de uma vida vivida. Afinal, como diria Oscar Wilde, "Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe."
Enquanto isso, semana da Rio + 20, chuva rala caindo lá fora,... e eu destruí nesta semana 2 guarda-chuvas chineses. 2 guarda-chuvas que se fizeram, cada 1, em 3 pedaços em minhas 2 mãos, desafiando qualquer lei da física que distribua a ação em forças.
Guarda-chuvas bonitos, plásticos, pintados do metal mais prateado como só os chineses sabem imitar.
E se tem uma coisa que chinês sabe fazer é o arremedo irremediável da utilidade, tornando fútil qualquer tentativa de proteção da natureza.
Parece haver uma palavra de ordem, do tipo sub-liminar, dizendo: "Se não pode com a natureza, destrua-a. Mostre do que você é capaz, seja seu próprio deus."
E vamos nós, aleijando peixes, tartarugas e matando Yemanjá intoxicada. Falência múltipla dos órgãos.
Vamos fingindo super-produção enquanto degradamos o desagradável. Afinal, se o mar é grande, somos maiores.
Enquanto isso, o menino em seu quarto brinca de fazer nada. De um nada imaginário ele cria heróis, fantasmas, castelos e reinos. Vilões perigosíssimos que querem destruir essa vida toda.
Enquanto isso, a mãe, da cozinha, pede ajuda do menino que nada faz, afinal, ele faz nada, e pode parar o nada a fazer para desembalar isopor e plástico pro jantar.
Enquanto isso, a culpa de nada se fazer faz com que saiamos correndo feito loucos, consumindo, produzindo, aumentando o lixo só para dizer que fazemos alguma coisa.
E nem percebemos que o nada que o menino faz é ele mesmo, que se cria e se inventa e se constrói assim, do nada. E vive de verdade o devaneio, enquanto devaneamos estar vivendo.

Ora bolas, se é pra fazer, vamos fazer direito. Com gosto, cheiro e textura. E com uma cabaninha forte pra proteção da chuva que é pro herói não ficar resfriado, com os olhos pequenininhos...

2 comentários:

Rogério Silva disse...

Não sei quem falou que a vida é nada mais, nada menos, que uma doença do nascimento que só se cura com a morte. Vai ver por isso Oscar Wilde a definiu como coisa rara. Coisa que o menino descobriu com seus super heróis. Eles são imortais para que o menino no seu “dolce far niente”, crie heróis, fantasmas, castelos e reinos. Vilões perigosíssimos que querem destruir essa vida toda. A mãe, essa sim, tem mais o q fazer para aplacar a fome dos habitantes desse pequeno mundo.
Enquanto isso consome-se guarda-chuva chinês para desespero de uma mãe que precisa dividir-se em mil para atender todas as fomes do mundo. Do guarda chuva ao super herói de massa

Anônimo disse...

meu amor o chines imita o que ja foi feito, com prefeiçao de um custo alto pra natureza eles minimizam o tempo e o material e o custo é baixo o que degrada mais o que demora pra fazer e gasta muita energia o que demora menos e gasta menos, qual tempo precisamos pra achar que tudo deve demorar pra sempre, o dinheiro não degrada se multiplica, a vida tambem e ambos encontram o tempo necessario pra acabar.