quarta-feira, 18 de julho de 2007

BALA PERDIDA


eu não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo

Cantava o Cazuza pela madrugada afora, tentando convencer todo mundo que aqueles cortes na carne, aquelas doses a mais, aqueles beijos sem destinatário só feriam a ele mesmo.
E tá institucionalizada a bala perdida.
Não começou com Cazuza. Claro que não.
Isso é veeeeeeeeeeeeelho!!!
Talvez venha até da Bíblia. Por que não?
Afinal, quem foi que acreditou que era prá amar não só os amigos, como os inimigos também? Quem segue a risca eu já não sei.
Mas que a confusão está formada, isso está.
Achei interessante ressaltar o contrário aqui. O ódio aos amigos, a porrada no ser amado, a agressão à família - não a que cola com tradição e propriedade, mas aquela que a gente tem afinidade mesmo.
Inimigo não aguenta tapa. Ele revida. E feio. Já os eleitos... Tadinhos. Eles têm que aturar cada coisa.
Ôpa. Será que é por aí? Prá não bater em todo mundo na rua, prá não dirigir a agressividade prá quem incomoda, prá não sair bicando os outros de torto à direita, a gente acaba "porrando" quem tá perto e nos mostra algum afeto?
Então não é só o Cupido que é ruim de mira. Nós também.
Mas é complicado mesmo esse negócio de atirar no alvo. Até em discussão de rua fica sempre uma frase que poderia ser dita, mas que na hora a gente nem pensou. Prá não perder a frase, ela acaba saindo na hora errada. Com a pessoa errada. Com a consequencia errada.
E pensando aqui em justiça divina, não será uma grande injustiça tratar todo mundo igual?
Amar inimigo, odiar amigo, convidar chato prá festa - TEM que amar o próximo -, aturar quem a gente não suporta, machucar filho prá atingir ex... Prá que?
Ah é... Mandamento né?
Mas pensando assim só dá prá chamar o Nietzsche. Prá distribuir bananas por aí.
Será que uma mira melhor ajuda?
Um dia eu te conto...

10 comentários:

Anônimo disse...

“Os homens enganam-se quando se julgam livres, e esta opinião consiste apenas em que eles têm consciência de suas ações e são ignorantes das causas pelas quais são determinados.” Não por acaso Spinoza (Bento? Baruch? Benedictus? Espinosa? Spinosa? d’Espinose? Spiñoza?) está num desvio na história da filosofia. O sujeito mete o pé na porta do livre-arbítrio e queria o quê? “A idéia de sua liberdade é que eles não conhecem nenhuma causa de suas ações. Quando dizem que as ações humanas dependem a vontade, dizem meras palavras das quais não têm nenhuma idéia.” Sim, Spinoza não está na via real, está mesmo no desvio – o seu caminho leva a outras paragens. Como situá-lo? Sei lá. “E do fato de que eles se julgam livres nasceram as seguintes noções: o louvor e a rejeição, a culpa e o mérito.” Eis aí um marginal de gênio – pena que o tenha descoberto tarde.

Anônimo disse...

Mas, ca´entre nós, eu achbo que mais importante do que saber se o que nasceu primeiro foi o ovo ou a galinha é descobrir se este macuco é um urubu que não sabe voar ou se aquele urubu é um macuco que aprendeu a voar.

soraya.magalhaes@gmail.com disse...

Essas descobertas todas... de quem nasceu primeiro. de quem é urubu e quem é carniça...
servem prá que?

Anônimo disse...

Servem pra nada, isso é que nem paleo, paleoantropológico, paleobotânico, paleoclimatológico. Nada disso vai explicar o ódio aos amigos, a porrada no ser amado, a agressão à família – e também não vai explicar o amor ao inimigo, o amor ao ser amado, o amor à família. Isso é mesmo coisa de quem não tem o que fazer e fica bisbilhotando blogs, assim feito observar tatuagem que pode ser, como dizia a minha avó, olhar com o olho e lamber com a testa.

soraya.magalhaes@gmail.com disse...

Romane, Romane...
Bisbilhote sempre.
e fale também.
só quis levantar discussão.
abraço.

Anônimo disse...

Encontraremos o labirinto?

soraya.magalhaes@gmail.com disse...

quero mais é a busca.

Anônimo disse...

Do quê? Buscar a busca?

Loja Moeggall disse...

Se eu encontrar o caminho de volta já está bom.
(Desculpe atrapalhar o ping-pong)

soraya.magalhaes@gmail.com disse...

ping pong?
cabe todomundo aqui.
viva a multiplicidade.