sábado, 23 de junho de 2007

AINDA NÃO


E o sujeito se vê completamente desesperado, despreparado, nu, diante da platéia afoita...
Quem nunca ouviu falar, ou mesmo nunca sonhou com algo parecido?
A interpretação chega a ser óbvia. Como se ainda tivesse que fazer alguma coisa antes de se lançar em alguma atitude importante. Como se, literalmente, o sujeito não estivesse pronto.
Mas aqui, na vida irreal, é diferente.
Vida irreal, sim, já que ela conta meio como ensaio, como preparação, como rascunho prá uma vida que nunca chega.
E vêm uns raciocínios engraçados de gente muito inteligente, mas que se acha completamente "despreparada". É o caso de quem não vai à praia porque está muito branco... De quem arruma a casa pra chamar a faxineira. E não chama nunca, pois ainda não arrumou... De quem precisa resolver um problema que dura 30, 40, 50 anos para então começar a fazer análise...
Tá certo, parecem desculpas esfarrapadas à primeira vista. Mas não são, não. Essas histórias só falam de quanto as pessoas acham que ainda falta muito treino, muito curso, muita pós, para poderem começar a fazer qualquer coisa.
Tem um despreparo aí que é primitivo, ancestral, talvez mostrando até uma exigência de atitude num momento em que elas realmente não poderiam tomar atitude alguma... Quando ainda engatinhavam pela casa e se cortavam em cacos humanos adultos espalhados pelo chão, sem a menor idéia de como desviar ou colar aquilo tudo.
Eu sei, cada caso é um caso. Nem quero aqui ficar inventando personagens e motivos prováveis de essas sensações existirem.
Só ressalto aqui a resistência que se tem em não se mover, como se fosse rebeldia, como se fosse a resposta tardia...
Mas essa resposta atinge a quem, afinal?
Então fica combinado assim: eu espeto aqui com meu tridente, e você começa logo essa análise. Seguro sua mão e você vê que pode, ok?
Ligue jah!!!


Se você achou o telefone da foto antigo - sim, isso é um telefone - olha só prá idade do seu problema...

3 comentários:

Loja Moeggall disse...

Por que acordar se o sonho está tão bom? Só tentamos acordar quando o sonho se torna pesadelo, e dos bons. Enquanto isso, os pequenos estímulos para que despertemos se incorporam ao sonho até que um dia...quando a casa cai, queremos ser acordados de qualquer maneira. Às vezes dá certo, às vezes não.

soraya.magalhaes@gmail.com disse...

o problema é quando o sonho nem tá bom, mas a pessoa acha que prá ela só tem esse sonho marromeno

Loja Moeggall disse...

Sim, o sonho nunca está bom, mas quando relativizamos o que nos acontece, na base do "podia ser pior", quando jogamos o jogo do contente, "faz parte da vida", etc, vamos achando que tá tudo bem, ou não tão ruim prá que queiramos ajuda.
O nascimento de "Um Curso em Milagres", (A Course in Miracles),um caminho novo para a espiritualidade, no fim dos anos 60, se deu quando alguém disse "Deve haver outro jeito": outro jeito de conduzir a vida, outro jeito de se relacionar, de encontrar a felicidade. Mas é preciso que s pessoa veja que do jeito que está não dá. Aí as respostas começam a chegar...Eu encontrei esse caminho quando eu disse prá mim mesma: "Assim eu não quero". Meu carro havia sido furtado e minha cabeça começou a produzir as coisas mais horríveis e eu parei e me dei conta: "Ôpa, isso tudo tá acontecendo na minha cabeça. Isso é esquizofrenia. Assim eu não quero."
Bjs.